É Assim Que Acaba - Colleen Hoover - o retrato de uma mulher que podia ser qualquer uma de nós
- Janaina Pereira
- 1 de jul. de 2024
- 3 min de leitura

E depois do meu trauma de leitora que foi ler Verity (sim, eu sei que tem jeito que ama esse livro, mas aquele final, não me convence e me fez não ler Colleen durante um bom tempo), mas quando vi o trailer de É Assim Que Acaba, adaptação que chega aos cinemas em agosto, com a Blake Lively fazendo a protagonista (eu adoro essa atriz), realmente me dei mais uma oportunidade de ler Colleen Hoover, e aproveitando que passei alguns dias mais fora de casa eu finalizei o livro em 4 dias!
Devorei a história com todo o fervor que Colleen Hoover colocou aqui. Lily é uma mulher como eu, você, nossas mães, irmãs, amigas, sonhamos com uma vida feliz, as vezes um amor, um trabalho com propósito, mas a vida com seus inúmeros altos e baixos e surpresas boas e ruins, nos colocam em situações inesperadas, e no caso de Lily desesperadoras. Ler sobre uma violência de forma nua e crua, e se questionar quando o julgamos alguém que passa por isso talvez você a intenção da autora. Ela de forma primorosa fez um livro dificílimo, está aqui algumas nuances verdadeiras sobre porque muitas, muitas mulheres ficam, perdoam, acreditam, se iludem, é aquela máxima continue a nadar, porque existe o lado bom e ruim de todos os seres humanos.
Ryle é um personagem que logo de cara gera uma desconfiança, mas é inegável seu charme irresistível, seu poder de sedução alinhado com sua beleza física, seu trabalho, o dinheiro que possui, mas quando estamos no fim vemos uma faceta mais vulnerável dele, e pela situação ele tenha tido o primeiro vislumbre de que não consegue tomar as melhores decisões no seu casamento.
Lily é sonhadora, linda, ousada, mas com decepções marcantes que vieram cedo demais na sua vida, tudo foi muito traumático, mas é delicioso acompanhar sua floricultura, a conexão que constrói com a mãe, a forma como se conecta com seus amigos, e como seu lado sonhador tem um papel importante na vida. As vezes você quer gritar com ela? Com toda a certeza deste mundo sim! Entretanto na maioria do tempo daria um abraço acolhedor para saber que ela não está sozinha. Atlas me deixou com o coração pequeno, esse início cheio de abandono que conhecemos dele é tão cruel, injusto, mas ele foi salvo por Lily, e isso é a base para o que se constrói depois, mais forte do que amar alguém, é amar e saber deixar para lá, e isso Atlas faz como ninguém! Queria saber mais da sua depois da juventude, mas é apaixonante sua história.
Marshall e Allysa são um casal com humor, bondosos, e mesmo sendo muito, muito ricos eles não passam a visão de uma soberba, eu gostei de ler sobre eles, sua história de amor, e acredito que eles ali são fundamentais para que a história tenha ares mais leves.
A mãe de Lily é inspiradora e forte, tudo que passou, aguentou, aceitou, e sofreu são alicerce para que o desfecho do livro seja aquele, e ao fim da narrativa você olha com muito mais empatia para tudo que essa mulher passou na sua vida.
Outro ponto que está para além dessa história é o quanto da vida da Colleen Hoover está aqui, ela no final do livro fala abertamente sobre o casamento de seus pais, e o quanto tudo isso é o que ela escreveu agora, e é um desabafo de alguém que presenciou coisas horríveis, mas que com o passar dos anos foi olhando com mais maturidade, empatia, entendimento para tudo que as pessoas fizeram, e principalmente o que não conseguiram fazer. Você sabe o que deveria ser feito, mas entende perfeitamente por que não aconteceu.
Colleen Hoover me surpreendeu muito nessa leitura, só tinha lido dela Verity e odiado o final, mas É Assim Que Acaba foi uma ótima surpresa, e pretendo em breve ir para o próximo (É Assim Que Começa)!
Nota: Surpreendentemente bom, e com um tema muito relevante.
Editora: Galera
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