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Tore - nem tudo é literalmente o que parece

  • Foto do escritor: Janaina Pereira
    Janaina Pereira
  • 28 de dez. de 2023
  • 3 min de leitura



Tore é uma série sueca que engana muito no seu trailer em relação ao seu propósito, mas que nos entrega em 6 intensos episódios como o luto é dilacerante, e ao mesmo tempo pode ser a força que nos impulsiona a continuar. Tore (William Spetz) é um rapaz de 27 anos que mora e trabalha com seu pai, e vive uma rotina bem pacata, no dia do seu aniversário seu pai o pressiona que o melhor é ele viver mais, se permitir conhecer o mundo, mudar de vida, e ele não aceita muito bem esse pedido, e alega que o pai na verdade quer apenas se livrar dele.




Linn (Sanna Sundqvist) e Bosse (Peter Haber)

No dia seguinte ocorre um acidente e o pai de Tore morre, e neste exato momento a reação que ele tem é de total negação, como se realmente aquilo não estivesse acontecendo diante dos seus olhos. E o que poderia ser apenas uma reação inicial de choque, perdura durante quase todos os episódios, Tore não consegue lidar com a perda, e ele começa a simplesmente buscar qualquer tipo de distração que possa entorpecer sua mente. E nessa busca ele vai a uma balada e lá conhece Viggo (Victor Iván), eles começam a ficar, e depois há um desdobramento bem tenso deste encontro, e a partir daí Tore começa a usar alucinógenos, e começa uma amizade inesperada com a drag Carla (Carlos Romero Cruz), ele quer viver tudo, da forma mais intensa possível, nos passa a real sensação de que tudo aquilo que estava guardado dentro dele, principalmente em relação a vida amorosa precisa ser vivenciada urgentemente.


Nos outros aspectos de sua vida Tore também não está bem, nem a sua melhor amiga Linn (Sanna Sundqvist) consegue acessar os sentimentos dele, muito pelo contrário, a relação dos dois fica cada vez mais instável e conturbada, no trabalho ele também não vai nada bem, e por mais que queira ir fazer as coisas para se distrair, ele de fato não está pronto para fazer aquilo. E no meio desse caos de não saber o que fazer Tore conhece Erik (Hannes Fohlin), um jovem que trabalha numa floricultura e que logo de início desperta sentimentos em Tore, e ele começa a tentar uma aproximação de Erik de todas as maneiras.


O que mais me intrigou na forma de se contar essa história de luto, é realmente mergulhar no sentimento de total vazio que sentimos ao perder alguém que amamos, parece que nada mais importa, e a série mostra isso de tantos jeitos que você fica emocionado, incrédulo, devastado. Com 6 episódios de em média 30 minutos Tore se mantém firme em escancarar essa dor inicial do luto, ao mesmo tempo em que mostra um jovem se descobrindo em muitos sentidos, e essa junção é extremamente dramática e inesperada.




Tore (William Spetz)

No trailer me pareceu que apenas seria mais uma história de luto, e com uma nova amizade a pessoa consegue ir se reerguendo, mas Tore é muito mais profunda, forte, caótica do que imaginamos, ela vai desnudando seu protagonista de forma literal e figurada, e as escolhas que ele faz ao longo dos episódios são imprevisíveis. Tore não é uma série que irá agradar a todos, e eu acho que isso se dá muito no seu desfecho, que é bem aberto, mas que para mim me soou como um recado que eles só queriam contar a história até aqui, e você que lide com outras questões que ficam em aberto, Tore nos mostrou o fundo do poço, mas ainda a muito a ser feito, vivido, mas que nós telespectadores só podemos imaginar.



Nota: Uma feliz e intensa surpresa

Onde Assistir: Netflix

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