The Bear 2° temporada - o que já era incrível tornou-se inspirador, imersivo e encantador
- Janaina Pereira
- 30 de ago. de 2023
- 5 min de leitura

A 2° temporada de The Bear é uma imersão em sensações que são difíceis descrever em palavras, agora mesmo que estou aqui eu acabei de finalizar a temporada, e meu corpo reage a tudo que senti, é uma montanha russa de emoções, sentimentos, e agora que terminou, o ar parece que falta. Eu já tinha ficado fascinada com a 1° temporada, aquele ritmo frenético, mas ao mesmo tempo o cuidado com a narrativa e seus personagens, fizeram The Bear ser considerada uma das melhores séries do ano passado, e isso é mais que merecido, fomos apresentados a todas essas pessoas por meio de um restaurante caótico, quase falido, e que tinha tudo contra ele.
Entretanto com uma direção espetacular, atuações deslumbrantes, e principalmente um roteiro muito inteligente, intenso, e instigante finalizamos a primeira temporada querendo mais, e desejando que na próxima pudéssemos ter sempre mais daquilo que conhecemos, mas eu particularmente não estava nenhum pouco preparada para a imersão emocional que essa nova temporada me trouxe, Christopher Storer o criador da série já tinha nos mostrado que seu talento era excepcional, mas o cuidado com o que ele teve com o desenvolvimento de The Bear é magnífico.

Começamos essa nova temporada com a reforma do restaurante, e mais uma vez a realidade bate a porta de forma suntuosa e até cruel, mesmo com todos os acontecimentos positivos que aconteceram no episódio final da 1° temporada, Carmy (Jeremy Allen White), percebe bem rápido de que para fazer o restaurante dar certo ele precisa de muito mais, e isso abarca muitas coisas além de dinheiro. E é quando The Bear vai destrinchando todos esses personagens que ela fica maior e melhor, são 10 episódios coesos, empolgantes, alguns que precisam de foco extra (Peixes), mas que agregam na história macro de um jeito que vemos em pouquíssimas produções. The Bear não é uma série sobre cozinhar num restaurante, ele usa esse pano de fundo para aprofundar as pessoas que estão ali, seu passado, presente, e até dar vislumbres de um futuro as vezes promissor, e muitas vezes não.

A abertura desta temporada é uma cena de Marcus (Lionel Boyce) mostrando um pouco da sua vida fora do restaurante, e essa descoberta já aguça nossa vontade de ver mais dele, e quando há um episodio belíssimo mostrando mais dele, eu fiquei embasbacada. Marcus é um rapaz introvertido, tem sempre aquele ar mais sensível, e por isso mesmo tem uma cena na season finale que só tem a emoção exata porque é ele que diz, tudo em Marcus é encantador, e a história foi assertiva a nos mostrar ele do jeito e no tempo que aconteceu. Richard (Ebon Moss-Bacharach) me emocionou de um jeito que não esperava, seu personagem teve uma mudança significativa, mas que não foi apenas jogada em tela sabe, é uma construção meticulosa, profunda e emocionante, e tem o seu auge no episódio 8 – que começa de um jeito bem casual, mas que aumenta a emoção gradual, e quando você menos espera está ali cantando com ele, chorando com sua coragem diante dos acontecimentos.

Sydney (Ayo Edebiri) é a composição perfeita ao lado de Carmy, toda a paixão que desenvolvemos com ela na primeira temporada só se reforça nessa. Seu carisma, dedicação, vontade de ser mais, melhor, sua devoção pela cozinha fica mais evidente aqui, e a narrativa é sagaz quando nos aprofundamos sobre sua vida fora do restaurante, não há delongas, apenas pequenos e importantes fragmentos que nos deixam com mais vontade de colocar Syd num potinho, de verdade. Tina (Liza Colón-Zayas) está disponível a viver nesta temporada, e que alegria ver a personagem se descobrindo em muitos sentidos, logo no início há uma cena dela com Syd em que Tina a levanta do chão e Syd diz “você é forte...você é muito forte”, e isso é mais do que a forca física, Tina é capaz de muito, muito, e desabrochou nesta temporada de um jeito tão emocionante. Ela agrega competência e carinho para todos os personagens, tem diálogos mais compreensivos, e aquele olhar marejado que vimos em muitos momentos diz mais do que qualquer palavra.
Ebrahein (Edwin Lee Gibson) eu suspeito que será mais desenvolvido em outro momento, nesta temporada ele é o mais relutante as mudanças que estão acontecendo, e isso acontece por uma insegurança de não ser capaz, ele é um contraponto importante com Tina, já que ao invés de se jogar como ela estava fazendo, ele deixou evidente que tem um ritmo diferente para lidar com as novas situações. Natalie (Abby Elliott), irmã de Carmy está mais próxima dele, e é uma peça importantíssima para que o novo restaurante aconteça, e da mesma forma que sua vida também está mudando drasticamente, ela está disposta a fazer de um tudo para que essa nova empreitada de Carmy possa ser um sucesso. E falando nela quero destacar Pete (Chris Witaske), seu marido que quando apareceu na 1° temporada teve um papel coadjuvante, mas aqui possui uma cena no episódio final que é gigante emocionalmente, e duvido muito que você não irá chorar junto com ele.

O episódio 6 é o maior desta temporada, e vai nos mostrar mais a família Berzatto, quem faz parte, e principalmente escancarar o caos que essas pessoas conseguem fazer quando estão juntos, é um episódio todo em flashback, e mesmo com diálogos rápidos, confusos, muita gritaria, mas te mostra a essência dessas pessoas. E é justamente neste episódio que somos surpreendidos com participações comoventes e estelares, não quero dar spoiler aqui, mas muita gente mega talentosa veio agregar neste momento em que estamos compreendendo essa família. E falando em participações especiais, temos mais 2 que para mim foram surpreendentes, e que são de crucias para fazer alguns personagens irem além, e enfim começarem a perceber seu propósito

Carmy continua caótico, incrível, lindíssimo, e com muitas coisas dentro de si para resolver, é impressionante como ele é um chef esplêndido, mas ao mesmo tempo não consegue conciliar sua vida pessoal com o trabalho, ele foi digamos “forjado” num molde em que só pode ter dedicação em uma coisa, e isso é determinante para alguns tropeços que ele tem nessa temporada. Claro que como o principal personagem ele tem um desenvolvimento delicioso de se assistir, mais uma vez acolhemos Carmy porque o compreendemos até mais que ele mesmo. The Bear continua sendo uma das melhores produções que temos atualmente, e é uma promessa para pelo menos mais uma temporada, eu estou extasiada com tanto talento reunido, que vai desde direção, roteiro, atuação, fotografia, trilha sonora, é tudo pensado para vivermos uma experiência imersiva em tudo que The Bear quer nos entregar, ela é uma série que vai te conquistar por vários motivos, e que com toda certeza será aquela produção que iremos revisitar daqui a alguns anos e que com toda certeza irá nos extasiar como da primeira vez.
Nota: Modelo de excelência
Onde Assistir: StarPlus
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