Jurado n° 2 - um mergulho nas entranhas do que é justo e verdadeiro
- Janaina Pereira
- 9 de jan.
- 2 min de leitura

E eu que cai muito sem querer, e sem saber no que possivelmente foi o último filme do cineasta Clint Eastwood, e que quando li nos créditos que o filme era dele muita coisa fez sentido. Em Jurado Número 2 vamos acompanhar quando Justin (Nicholas Hoult), é convocado para ser jurado de um caso que uma jovem morreu, entretanto, ao ser escolhido ele se dá conta que ele pode ser na verdade o culpado por esse crime.
Justin estava no local que o jovem casal também estava, e ao sair pela estrada desorientado ele se convenceu que atropelou um cervo, mas o corpo da jovem foi encontrado exatamente no mesmo lugar, e com ferimentos que podem ser tanto do atropelamento, quanto de um brutal homicídio. Kendall (Francesca Fisher- Eastwood) estava com o namorado James (Gabriel Basso), e como eles discutiram no local, a polícia não foi atrás de qualquer outro suspeito, James tinha motivo, histórico, oportunidade, portanto ele foi indiciado pela morte de Kendall, mesmo negando veementemente que cometeu esse crime.
A promotora do caso Faith (Toni Collette) está convencida de que James é culpado, e ela tem uma carreira construída na defesa das mulheres, portanto o caso tem uma relevância para Faith, além do que mais ela está concorrendo a um cargo político, portanto uma vitória a favorece em muitos âmbitos. Só que quando Justin começa a sentir culpa por desconfiar que ele tenha atropelado e matado Kendall é que o filme tem a sua reviravolta, porque todo esse momento de culpa de Justin vem nos primeiros 30 minutos do filme, e aí você começa a se questionar como será desenvolvido mais da metade da narrativa, já que na sua cabeça já está posto que o verdadeiro culpado é Justin.

Todas as ações que acontecem depois que Justin tenta de alguma forma inocentar James são interessantes, surpreendentes e vão causando no telespectador um dilema moral que irá até o fim, o que é justiça? O que é verdade? James alega inocência, mas é notório que o relacionamento era muito complicado, e o passado criminoso de James só reforça o julgamento de que ele é culpado, Justin é categórico quando diz que ao atropelar algo naquela estrada, á noite, na chuva, ele se convenceu de que era um animal, ele estava triste, pensativo, e só parou naquele bar para tentar esquecer.
Clint expõe os dois lados da moeda, e até deixa em aberto uma possível situação que possa ter levado Kendall a morrer daquela forma, mas em nenhum momento o filme te dá certeza, então você passa mais de 1 hora depois da premissa estar desvendada, a tentar por si ver quem é o culpado, quem deve pagar por essa morte. O final é aberto e você fica pensando bastante depois em quais seriam suas escolhas neste caso, se você fosse Justin, James, Faith, é um filme com uma narrativa que parece bem singela, mas que depois que expõe o que vai debater, fica cada vez mais interessante, inteligente, atuações e diálogos coerentes, e uma abordagem que só mesmo Clint Eastwood com seu talento poderia fazer.
Nota: Muito bom, um tema corriqueiro com uma abordagem interessante.
Onde Assistir: Max
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