Heartstopper 3° temporada - a relevância, beleza e narrativa continuam em alta
- Janaina Pereira
- 8 de out. de 2024
- 2 min de leitura

Que série leve, inteligente, sagaz e que mesmo com na terceira temporada ainda consegue manter sua relevância impecável. A narrativa que acompanha Charlie (Joe Locke) e Nick (Kit Connor) está com o foco nos problemas mentais, e transtornos alimentares que começamos a acompanhar na outra temporada.
Eles estão mais apaixonados, vivenciando o sentimento aumentar a cada dia, e como qualquer jovem de 16 anos tudo toma proporções maiores, Nick acredita piamente que só o amor que sente por Charlie pode ser o suficiente para que ele não sofra, mas isso é impossível, por mais amor que você tenha pelo outro há alguns problemas, decisões que o que lhe cabe é acolher, estar presente, amá-lo incondicionalmente, mas a ajuda precisa vir de muitos lugares, e é um processo lento e difícil.

O grupo de amigos continua unido, e cada núcleo está experenciando lugares, pessoas, sentimentos, transformações, e tudo isso elevado ao furor juvenil que nem sempre consegue entender o que são todas essas coisas. Tao (William Gao) e Elle (Yasmin Finney) apaixonados, já tendo que lidar com ela estudando Artes mais longe, e temos momentos de discussões mais densas sobre a transexualidade de Elle. Tara (Corinna Brown) e Darcy (Kizzy Edgell) o casal que parecia mais alinhado nas outras temporadas, aqui passa por pressões sobre o futuro nos estudos, e dúvidas sobre quem se é perante os outros.
Tori (Jenny Walser), irmã de Charlie felizmente com mais tempo de tela nesta temporada, e que pessoa devotada ao irmão, e em muitos momentos eu me questionei se Charlie no meio do seu caos mental consegue de fato olhar a irmã de verdade, ela também tem seus medos, e merece ser acolhida. Isaac (Tobie Donovan) continua sensível, preocupado com os demais, e por me parecer o mais racional e direto do grupo, está conseguindo verbalizar para os demais como seus sentimento e desejos.

Eu me identifiquei com a Jane (Georgina Rich), a mãe do Charlie, sabemos bem por cima que ela teve uma relação mais complicada com a mãe, e isso acaba refletindo na forma como ela tenta se conectar com os filhos, e talvez por eu já ser mãe, me chega ao coração vê-la se esforçando ao máximo para que o filho não sofra, mesmo sabendo que é inevitável, que não há controle, mas ela está ali tentando, pois não há desistência quando se trata da felicidade dos nossos filhos. Heartstopper é uma série com um elenco, problemas, dúvidas, descobertas juvenis, mas que chega diretamente aos não tão jovens assim, porque te lembra como é estar naquele momento da vida, todos os percalços de entender quem se é, seu lugar, seus amores, é uma jornada que leva toda a vida, mas quando se tem 16 anos tudo é tão intenso, que muitas vezes beira a crueldade.
Alice Oseman não apenas criou histórias empolgantes e apaixonantes, ela consegue manter o frescor dos 16, ao mesmo tempo em que somos devorados por questões complexas como saúde mental, sexualidade, só que a beleza, o lírico está ali presente, você sofre com eles, mas a esperança não é perdida em nenhum momento, eles vão chegar lá, eles têm uns aos outros, o futuro é incerto, mas aí serão novas histórias...
Nota: Relevante, poética e linda demais!
Onde Assistir: Netflix
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