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Barbie - deixou seus dias perfeitos, sentiu o que é ser mulher, e nos deu uma lição para a vida

  • Foto do escritor: Janaina Pereira
    Janaina Pereira
  • 4 de ago. de 2023
  • 3 min de leitura

Eu tive durante a infância 3 Barbies, e uma delas era a grávida, nunca quis o Ken, já previa que ele era apenas o Ken mesmo. Nunca fui uma apaixonada pela boneca, brincava com ela e com outras, e depois de adulta sempre olhei com desconfiança para tudo que a Barbie estereotipada representa. Quando vi o primeiro trailer e percebi que a Margot Robbie seria a Barbie eu achei que seria uma história da boneca, e mesmo sabendo que a Greta Gerwig seria a diretora, eu não imaginava que esse roteiro poderia ser tão incrível, não estava preparada para este filme



Entretanto eu me enganei feio, cai do cavalo (essa parte é uma singela homenagem ao Ken rs), e entendi assim que o filme foi lançado que Greta e seu time tinham conseguido fazer mais, muito mais, eles tiveram liberdade e inteligência para contar uma história leve, mas que fala de pautas importantes, um elenco sincronizado, cenários que trazem a nostalgia da infância, quem não queria ter a casa da Barbie? Margot Robbie é o estereótipo da Barbie perfeita, a mulher é deslumbrante, mas possui um talento que consegue aflorar quando o momento exige.





Eu não grande fã do Ryan Gosling, mas tenho que admitir que ele fez o Ken que tenho lembrança, é apenas o Ken super apaixonado pela Barbie, e que atrela sua existência a ela sem medida. A trama acompanha as Barbies na Barbieland vivendo seus dias perfeitos, tudo dentro do programado, até que a Barbie de Margot um dia acorda diferente, tudo está saindo dos eixos em sua vida, e até pensamentos sobre a morte ela tem. Com todos esses problemas ela procura a Barbie estranha (Kate McKinnon), ela interpreta a boneca que foi modificada por quem brincava com ela, e isso a afetou na Barbieland. E ela entende que a Barbie de Margot só poderá melhorar se for até o mundo real, e descobrir o que está acontecendo com a menina que está brincando com ela, só assim ela poderá ajustar tudo e voltar a ser como era.





E Ken mesmo não sendo convidado vai junto com Barbie nessa aventura, mas eles acham que o mundo real é como a Barbieland, acreditam que as pessoas irão agradecer por tudo que eles representam, mas tudo é diferente demais. O mais chocante é que as mulheres não estão no poder, ninguém agradece a Barbie por tudo que ela representa, muito pelo contrário na verdade, as garotas enxergam a Barbie estereotipada como mais uma opressão sofrida. Entretanto Ken fica encantado com o mundo comandado por homens, as cenas que ele vai admirando como os homens se comportam no nosso mundo o deixa fascinado, ele vê no patriarcado a grande chance para que os Kens possam tomar o lugar das mulheres na Barbieland.



Não vou detalhar os acontecimentos posteriores, mas posso garantir que a trama vai se elevando sem perder a leveza, Greta Gerwing fez o filme da boneca mais conhecida do mundo, que ao se deparar com a nossa realidade entende a complexidade de ser mulher, começa a questionar sua existência e o que representa, tira sarro da sua própria jornada, cutuca a empresa que a criou (Mattel), mas tudo isso sem perder a essência de ser um filme leve e lindo. Um dos momentos que achei mais impactante é quando Gloria (America Ferrera), faz um discurso engrandecedor para a Barbie de Margot, mas que impacta todas em cenas, e transcende a tela, tudo que ela fala sobre ser mulher, julgamentos, culpa, está em todas nós, pelos motivos mais diversos, e enquanto ouvia a sensação é de alivio mesmo, é um respiro na alma.



Barbie é sobre feminismo, patriarcado, bonecas, maternidade, beleza, representatividade, machismo, estereótipos, aceitação, é sobre a vida, e o lugar que queremos estar, ou que as vezes nem sabemos onde estar, mas que possamos ter a liberdade da escolha sem a culpa e o julgamento. Sai do cinema grata por viver no mesmo tempo que Greta, e com saudade daquelas 3 Barbies da minha infância, com a vida adulta eu mudei conceitos sobre muitas coisas, e em 2023 me vi encantada com a Barbie como aquela menina de antes, posso ser mais empática com a boneca e comigo mesma.



Onde Assistir: Cinema

Nota: Essencial e lindo, lindo demais.

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