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A Maldição da residência Hill - terror, medo, sensibilidade, catarse e amor

  • Foto do escritor: Janaina Pereira
    Janaina Pereira
  • 2 de mai. de 2023
  • 4 min de leitura

E quem diria que eu uma pessoa que foge um pouco do gênero terror, porque tenho medo mesmo pudesse estar completamente apaixonada com a forma e o conteúdo que Mike Flanagan traz para seus trabalhos, eu achei que em A Missa da Meia Noite ele já tinha entregue algo lindo, assustador, mas que sempre disse mais, tive uma grata surpresa ao descobrir a história e os personagens por trás da Residência Hill, aqui ele elevou as expectativas, e me presentou com uma linda historia, um episodio em plano sequencia de fazer você ficar boquiaberto com isso, e atores comprometidos com uma entrega perfeita, e uma sensibilidade que me calou.



Theodora (Mckenna Grace), Shirley (Lulu Wilson), Steven (Paxton Singleton), Hugh (Henry Thomas), Luke (Julian Hilliard), Eleanor (Violet McGraw) e Olivia (Carla Gugino)

A série é baseada no livro de Shirley Jackson (A Assombração da Casa da Colina), mas Mike disse que não é uma adaptação, e sim uma remontagem já que ele usou algumas partes importantes, e criou outras. Iniciamos a série nos anos 90 em que a família Crain chega à residência Hill, eles na verdade estão ali por pouco tempo, já que o propósito é reformar a mansão e depois vendê-la para que enfim eles possam comprar a casa dos sonhos.

Hugh (Henry Thomas) e Olivia (Carla Gugino) são casados e tem 5 filhos, Steven (Paxton Singleton), Luke (Julian Hilliard), Eleanor (Violet Mcgraw), Theodora (Mckenna Grace) e Shirley (Lulu Wilson), e logo que eles se mudam cada uma das crianças começam a relatar algo estranho com a casa, vai desde pesadelos, barulhos, desenhos estranhos, é impressionante como cada um parece que está sendo afetado pela casa, ou por algo que está nela.


E numa noite Hugh tira da casa cada um dos filhos alegando que algo horrível está acontecendo com Olivia, e que eles precisam fugir, e mesmo sem grandes explicações as crianças descobrem que a mãe foi encontrada morta na residência Hill, o pai foi investigado e sempre alegou que a casa a matou, mas eles acreditam que Olivia cometeu suicídio. A história é intercalada entre o passado e o presente, e neste momento já começamos a ver a genialidade de Mike em prática, pois ao fazer isso ele já dá pistas bem claras de que o sobrenatural existe, mas ele vai ser a base para um drama familiar extenso e que te comove com tantas camadas.



Theodora (Kate Siegel), Steven (Michiel Huisman), Eleanor (Victoria Peretti), Luke (Olivier Jackson-Cohen) e Shirley (Elizabeth Reaser)

Steven (Michiel Huisman) agora é um escritor que alcançou a fama ao lançar um livro sobre que a família sofreu na residência Hill, Theodora (Kate Siegel), é um terapeuta infantil, mora no mesmo quintal que a irmã Shirley (Elizabeth Reaser), que possui uma funerária junto com seu marido, já Luke (Olivier Jackson-Cohen) está passando por problemas com o vício em drogas, e Eleanor (Victoria Pedretti) parece entre todos os irmãos a mais afetada com tudo que aconteceu no seu passado. Os primeiros 5 episódios vão destrinchar como aquele evento do passado reverberou em cada uma dessas pessoas, como temos o presente e o passado vamos descobrindo o que houve com cada um desses irmãos, e isso dá base para como está a vida atual de cada um, e nesse momento você começa a entender que Mike fez uma série com o sobrenatural, mas o foco para mim é na dramaticidade desses personagens.



Eleanor (Violet Mcgraw)

Eles tem muitas, muitas camadas e é impressionante como o elenco infantil/adulto foi um acerto e tanto para dar mais esse peso dramático, as crianças dão um show em momentos tensos, e eu particularmente não consigo escolher o melhor, mas meu coração fica apertado quando vejo a pequena Eleanor, ela tem uma doçura que te ganha na primeira cena, e ir desvendando tudo que ela vai passando foi mais dolorido para mim, mas repito, todos estão maravilhosos.


No episódio 6 temos uma lição de cinema, é um episódio todo em plano sequência, e que faz a ponte entre o presente e o passado, e você fica angustiado, apreensivo e admirado por 57 minutos, eu finalizei o episódio e fiquei sem acreditar no que tinha visto, e não é apenas o plano sequência que te deixa maravilhado, é como a história em si cresce neste momento, e depois daqui é quase impossível parar de ver os demais. Os episódios 7 e 8 são bons, mas depois de tudo que você assiste no 6 me pareceu que esses 2 foram mais serenos, mantém a excelência, mas não te arrebatam como aconteceu antes, entretanto os 2 últimos episódios são catárticos.


Você vai desvendando os mistérios, as peças vão se encaixando, algumas que você com toda certeza nunca tinha imaginado, e não há como não chorar com todos eles, o meu emocional foi no chão na season finale, e ali eu tive certeza de que Mike Flanagan me entregou (mais uma vez), um drama da melhor qualidade, nos últimos minutos já não me importava se iria ver fantasmas, tomar sustos, eu queria estar ali com cada um desses personagens, a sensibilidade que há por trás dessa historia é algo primoroso. Tanto a residência Hill como quem esteve nela chegou com segredos, culpas, medos, mas há também tanto amor nessa história, como disse a um amigo foi como assistir This is Us, e sei que soa muito estranho, mas Mike é genial por isso, nos exatos 7 minutos finais eu fiquei exatamente como o título do episódio, o silêncio repousava soberano na tela e em mim!



Nota: Marcante, excepcional, emocionante

Onde Assistir: Netflix

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