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A Maldição da Mansão Bly - temos a base bem estabelecida de Flanagan, mas num ritmo bem mais lento

  • Foto do escritor: Janaina Pereira
    Janaina Pereira
  • 4 de jun. de 2024
  • 3 min de leitura



A Maldição da Mansão Bly é a segunda temporada de série The Haunting, criada por Mike Flanagan, e que está disponível na Netflix, ela é baseada principalmente no livro The Turn of the Screw, de Henry James de 1898, mas a trama não tem nenhuma conexão com A Maldição da Residência Hill, a primeira série desta antologia. Em Bly vamos conhecer a história da Dani Clayton (Victoria Pedretti), uma jovem que aceita ser cuidadora de Flora (Amelie Bea Smith), e Miles (Benjamin Evan Aisworth), dois irmãos que tem respectivamente 8 e 10 anos, órfãos, e que tem apenas o tio Henry (Henry Thomas), como família, é ele que contrata Dani em Londres, mas não mora em Bly, e parece optar por tomar conta dos sobrinhos a distância.


Miles (Benjamin Evans Aisworth), Dani Clayton (Victoria Pedretti) e Flora (Amelie Bea Smith)

Quando Dani chega em Bly ela já percebe que algo paira no ar naquele lugar, seja pela grandiosidade e imponência da própria mansão, ou de quem está ali. Flora é uma menina muito doce, mas o jeito como fala, a forma como reage quando alguém mexe nos seus brinquedos, principalmente na réplica que ela ganhou do tio da mansão, é bem peculiar, Miles parece que quer ser doce como a irmã, mas tem uma postura bem arrogante para alguém da sua idade, em alguns momentos é até agressivo. Hannah (T’Nia Miller) é a governanta do lugar, possui um carinho genuíno pelos irmãos, e se dedica integralmente a essa função, esquecendo muitas vezes da própria vida, seus desejos, sonhos. Owen (Rahul Kohli) é o cozinheiro, e motorista eventual na mansão, é ele que busca Dani em Londres e leva até Bly, e nesse percurso já sabemos que ele morou em Paris por um tempo, mas voltou a Bly para cuidar da mãe doente, e assim conseguiu o emprego na mansão. E por último temos Jamie (Amelia Eve) que é a jardineira da mansão, e no início ela se parece a mais distante emocional de tudo que ocorre ali e com os seus, mas ao olharmos com mais atenção essa personagem vamos entendendo seus motivos, e quando ela está com Dani temos cenas reveladoras e lindas.


Além da sensação esquisita que está com Dani desde que ela chega em Bly, ela também descobre que Rebecca (Tahirah Sharif) antiga cuidadora das crianças morreu ali em circunstâncias misteriosas, e logo depois Peter (Oliver Jackson-Cohen), o braço direito de Henry também sumiu sem deixar rastros, e a própria Dani esconde segredos do seu passado que a atormentam diariamente, e que não a deixam seguir em frente. A trama vai narrar momentos do presente, passado e futuro, fazendo ligações com a história principal de um jeito inteligente, e que irá culminar num final surpreendente, e muito, muito bonito. Todos os fantasmas que habitam em Bly, as mortes que já aconteceram naquele lugar têm um motivo, desencadeados por sentimentos de raiva, amor, ganância, culpa, e até o a descoberta mais sobrenatural nessa história vai te comover.


Perdita (Katie Parker) e Viola (Kate Siegel)

O único ponto que para mim pegou mais foi o ritmo da série, com 9 episódios no total, a trama é bem mais lenta do que os outros projetos que já vi do Flanagan, e isso impactou em como assisti a série, não consegui pegar o ritmo de ver um episódio atrás do outro. Eu só consegui realmente ter essa sensação depois do 6° episódio, principalmente porque já tinha sido surpreendida de forma bem positiva sobre o passado de Dani, e porque já desconfiava de que o mistério que habita em Bly vem de um passado bem distante daquele que estamos assistindo, e atentem-se a esse momento, é um episódio mega revelador, mas que te dá o panorama exato do quão esse acontecimento irá ditar o rumo das pessoas que estão por ali, é nele que conheceremos as irmãs Viola (Kate Siegel), e Perdita (Katie Parker), e a relação extremamente conturbada que se estabeleceu com elas, e que é o alicerce de tudo que vive em Bly.


Todos os personagens são bem desenvolvidos, e o desfecho para cada um está ligado ao seu propósito narrativo, e mesmo que isso te deixe triste você sabe que só poderia ser daquela maneira. Como uma personagem diz num determinado momento, a história da mansão Bly não é sobre fantasmas, e sim sobre amor, e isso mais uma vez reforça o talento que Mike Flanagan possui em trabalhar com histórias de terror, sobrenatural, mas que vai culminar num desfecho que vai muito além de sustos, medos, é um terror minucioso que sempre está atrelado aos sentimentos humanos, e nada talvez nada seja mais visceralmente humano do que algo que nos dê medo. 



Onde Assistir: Netflix

Nota: Lento, mas excelente como tudo do Mike Flanagan

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