A Grande Descoberta - mostrando que se faz algo bom, com pouco tempo
- Janaina Pereira
- 7 de fev.
- 2 min de leitura

O conceito de minissérie é utilizado aqui com maestria, coesão e sucesso, A Grande Descoberta só tem 4 episódios, e esse tempo limitado faz com que a produção chegue no cerne da questão, aborde tudo que é necessário, e consegue entregar uma minissérie ótima. Baseada no livro A Grande Descoberta: Como o Genealogista Solucionou o Duplo Assassinato em Linköping (em tradução livre), temos uma produção sueca que foi inspirada numa história real de um duplo homicídio, que aconteceu em 2004 Linköping, Suécia, e que só foi desvendado 16 anos depois.
Em uma manhã comum, um menino de 8 anos é brutalmente atacado no caminho para a escola, uma senhora que presencia este ataque tenta defender a criança, mas também é golpeada por esse criminoso e morre. Esse crime deixa todos em choque, porque as duas vítimas não se conheciam, não sofreram ameças, aconteceu aquela máxima, lugar errado, hora errada, e mesmo com uma testemunha ocular do criminoso, e a arma deixada no local, o investigador Jonh (Peter Eggers), e sua equipe começam a enfrentar muitas dificuldades conseguir pistas.
Entretanto o que vemos depois é que mesmo quando a testemunha faz o retrato falado, e o sangue encontrado na faca é analisado a polícia não consegue apontar para um culpado. Em paralelo há diversas cobranças acontecendo, as famílias querem uma resolução, a esposa de John que está grávida percebe que agora o marido está se dedicando apenas ao caso, e para a família da Adnan há um agravante que eles começam a sofrer xenofobia explicita na cidade (eles são imigrantes libaneses). E a polícia tenta de tudo para elucidar o crime o mais rápido possível, mas todas as tentativas não têm qualquer efeito prático, e isso frusta todos os envolvidos neste caso. Quando o crime está completando 16 anos sem solução, John é comunicado de que a investigação deverá ser arquivada, e mesmo com ele relutando para continuar, a decisão está tomada.
É justamente neste momento que John fica sabendo que num caso conhecido nos EUA, o assassino foi encontrado por meio de uma técnica de rastrear os laços familiares, por meio de dados genéticos públicos, e analisando que talvez essa seja sua única, e última chance John chama o genealogista Per (Mattias Nordkvist), neste momento da minissérie há um intenso trabalho de todos os envolvidos, e eles chegam até o responsável por esses crimes de forma surpreendente. A Grande Descoberta é ótima em ser uma produção coesa, foco absoluta na trama, dialoga com os temas complexos como paternidade, culpa, informação, sacrifícios, mas não se estende mais do que o necessário para contar esta história.
Nota: Boa, concisa e objetiva
Onde Assistir: Netflix
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